Finalmente fui encontrar no manacial de informação que é o Youtube, a edição da Caderneta de Cromos da Rádio Comercial, que abordou a antiga série de animação Bana e Flapi. Na altura, Março de 2010, escutei apenas o final do programa e só consegui perceber que estavam a passar o excerto que coloquei aqui no blogue. Neste, questionava qual das duas dobragens apresentadas era a favorita do público. Apresentando exactamente o mesmo excerto para ambas as versões, o título acabou por ser "Ai, o meu rabinho", porque assim foi escolhido traduzir a acção na segunda dobragem, quando Puchi/Bana, que se segura às astes de um animal a correr pela floresta, acaba por cair ao chão. O que o esquilo diz no momento da queda, numa das versões? - "Ai, o meu rabinho!"
É uma linguagem totalmente inapropriada para o público infantil, ainda mais por ser antecedida de uns gemidos muito falsos, que podiam pertencer a um filme XXX!
Mas há uma coisa importante a frisar nesta questão: Bana e Flapi(ou Puchi, como o quiserem chamar) teve TRÊS dobragens em
português. Da primeira não há vestígios sonoros. Foi a que vi, junto com o Nuno Markl e outros desta geração, e passou na RTP, ao que parece, em 1980. Não sei se foi mesmo neste ano, ou não. Tenho o disco da série com a data de 1979, e uma fotografia em que se vê a série a passar na televisão com a data de 1981. Nem uma coisa nem outra é 100% fiel, portanto, vamos apontar para o meio, o ano de 1980.
A segunda dobragem, a PAVOROSA "AI O MEU RABINHO", já não foi vista pela minha geração, pois data de 1989. Em 1989, mesmo na véspera do ano de 1990, julgava-se que já se estava muito à frente, e Bana e Flapi sofreu uma Makeover, tendo sido rebatizado com o nome de Puchi. E sim, a música do genérico não tem nada a ver! Mas se fosse só isso! A voz do Puchi é terrível, os gritinhos e os gemidos, a "pérola" «Ai o meu rabinho!» e, para que se entenda bem, o trecho que coloquei mostra que, nesta segunda dobragem, existem partes em que a boca do esquilo mexe, mas não emite qualquer som.
A terceira dobragem, comercializada tanto pela editora New Age como pela Planeta de Agostini, é a que está a estabelecer a comparação. Das duas, é a melhor, sem dúvida! Existe o cuidado de uma voz apropriada no timbre e tom, os efeitos sonoros estão em "cue" (na deixa), a boca dos animais mexe e as palavras encaixam na perfeição. Se é a melhor das três? Não dá para saber, pois da primeira não se tem conhecimento.
Qual a melhor? Não sei, porque falta saber como correu aquela que surgiu aquando a minha geração. Triste é se vier com um "Ai o meu rabinho!" - mas duvido, porque esta segunda dobragem portuguesa foi feita a partir da tradução alemã, ou seja: foi feita uma adaptação não da versão original (Japão), mas da alemã. Eis o belo resultado!
escutar abertura (salta de site)
Quem não se lembra?
Estes desenhos animados nipónicos passaram em Portugal (1983) na sua versão original e legendados em Português.
O encanto de Conan, passados todos estes anos, está na personalidade da personagem, no seu amor incondicional pelas pessoas, pelo certo, por Lana...
Foi uma série muito emotiva, acompanhada de uma excelente banda sonora, que ainda hoje mexe com as emoções para as quais foi concebida. A tristeza, o sofrimento, a alegria, a euforia, o perigo, a aventura...
Conan é um rapaz com forças sobrehumanas, capaz de se equilibrar na parede de um edifício segurando-se apenas pelo dedo do pé :).
A história começa no genérico, quando nos é explicado que a crosta da terra foi destruída por armas de cientistas, os cinco continentes afundaram num tsunami e a Terra foi desviada do seu eixo. É o fim da Humanidade! Só nestes poucos minutos e com esta descrição catastrófica dos acontecimentos, Conan-o rapaz do futuro já começa a cativar a atenção.
Todos tentam fugir e dirigem-se para o espaço, em foguetões espaciais, mas morrem. Um dos foguetes é atingido por meteoritos e despenha-se numa pequena ilha que escapou à devastação: A Ilha Remnant.
Com os anos, todos morrem e Conan, um rapaz de 11 anos nascido e criado na ilha, o primeiro e único bebé pós-apocalipse, vive sozinho com aquele a quem chama de "avô", o último sobrevivente da anterior geração. Ambos julgam estar sozinhos no que resta do mundo... os últimos humanos à face da terra!
Mas eis que, um dia, ao regressar da pesca desportiva onde caçou um tubarão, Conan, que é um rapaz muito especial, encontra uma mancha vermelha caída na areia da praia. É uma menina! Está desacordada e, também ela, é especial.
Conan vê, pela primeira vez, um ser humano sem ser o seu avô!
O nome da menina é Lana e tem o dom de falar com os pássaros. Entre ela e Conan nasce uma ligação indestrutível, na qual as palavras são dispensáveis para haver comunicação. Mas Lana é uma alma atormentada e perseguida...
E tudo começa assim...
(Música: Shinichiro Ikebe)
TROCA & VENDA